QUE VÁ–A CIDADE VIII–FINAL


      african_pain_final_by_mcrostie



              “Os bárbaros não vieram,
                   que pena
                   Eles seriam uma solução.
                   (Konstatinos Kavafis)
Caiu
Ralou o joelho.
Mordeu a ponta da língua.
Esfolou as palmas das mãos.

Bateu com o pé na perna da mesa.
Fechou a porta do carro no mindinho.
E assim por diante.

Não se machucou muito,
Mas caiu...
Todos sabemos a dor que sentiu.
Incômoda e aflita.
Um instante de pura agonia.


Mais suave, a dor do esparramar dos dias
Uma pontada no coração ao tilintar do despertador

A tristeza inexplicável nos crepúsculos.
Vazio insaciável ao meio dia.
Suave sim.

Mas sempre grave e constante...
 
Como um anjo de Rilke, uma ressaca
Um primata engaiolado,ou
Uma cidade estagnada.
 
Estas ruas de paralelepípedo,
poeira e sapato,
carro, cerveja e churrasco
falsos interiores, alçapões.
 
Escura armadilha de boas ou segundas intenções,
caldo morno de esperas sem esperanças
Eterno nada de ranços e mesmices.
 
E os Bárbaros, cidade velha e suja,
torceram o nariz a menção de seu nome.



























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