DOS EFEITOS COLATERAIS DOS AMORES SECRETOS–IV–DE BRINQUEDOS SOLITÁRIOS
Até a última borra.
Ela me diz que se satisfaz sozinha.
Mostra seus brinquedos de amor.
Quem precisa de homem, penso, contemplando cilindros de borracha muito mais pensados para a anatomia dela que meu sexo.
Sinto-me murcho.
Um chucalho.
Ela me pega no braço,
“Mas não substitui carinho...”
Leva-me para longe daquilo.
Na verdade para longe de tudo.
E mais longe ainda, leva-me para uma área onde o carinho é tabu.
E eu lhe conto das minhas fantasias murchas.
Ela ri.
Eu rio.
Mas as borras dentro de mim queimam sem cansar.
Brasa, fogueira, colchão de fogo.
Deito-me insone nesta cama que mesmo armei.
Onde o carinho tornou-se impossível, e o tesão apenas uma borracha morta.
O que sobra para mim a não ser a pesada carícia de um onanismo que me recuso a cumprir.
O mundo é o outro, o seu interior pleno, o seu sexo, a mulher.
Ou nada.
A última borra,O desgosto final,
O último travo de arsênico na boca.
Nossas transas, isso viraram...
Essa borracha, esse sonho jogado em gotas no chão.
E o sexo morto de meus sonhos em seus gozos de borracha...
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Mande fumo pro Curupira