DOS EFEITOS COLATERAIS DOS AMORES SECRETOS–II–A ÚLTIMA BORRA

 

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Engolir a última borra do amor destruído: o último diálogo com a amada.

Onde ela pede para você a olhar nos olhos.

E você não consegue.

Onde ela explica que você se afastou – o que é verdade – e que ela estava numa situação desesperadora – o que era verdade.

Eu estava ausente.

Alguém se fez presente.

Ela gostou no começo.

Agora não.

“Não vai durar muito ela diz”.

“Olha para mim.”

Mas se eu olhar para você, amor, sei que verá o impossível que quero secreto.

O simples e pacato viver contigo.

Sem essa montanha russa de sentimentos, riscos, segredos, eterna briga.

Viver contigo em paz.

Sonho impossível?

Tudo indica que sim.

Então tenho que dizer adeus à esperança do teu fogo, achar outra brasa para esquentar as noites cada vez mais frias, afugentar essa solidão que, com tua impossibilidade, assemelha-se à morte...

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