ARGUMENTO–O RIO ROOSEVELT–TÍTULO PROVISÓRIO

 

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Roosevelt tem malária durante sua expedição no Brasil. Delira.

A cada delírio, narra-se uma passagem da expedição através de fragmentos narrativos que revelarão os interesses exploratórios, o desprezo pelo sacro indígena devido a crença positivista, além do alegado interesse científico de Theodore Roosevelt.

Em seus delírios é observado por Rondon que tenta salvar a vida de Roosevelt tanto com medicamentos científicos quanto com cerimônias indígenas conduzidas pelo seu ajudante pessoal, o indígena e pajé Sebastião Terena.

Rondon assim o faz pois está desesperado. Desespero de Rondon = Não podia perder em suas mãos hóspede tão ilustre.

Sente raiva do enorme ego do convidado. Das intenções não reveladas. Do desrespeito aos indígenas. No entanto é um militar sério além de um sertanista. E se, no momento não é mais do que a babá do ex-presidente, paciência. Com tempo livre, divaga. Rememora erros táticos de quem não sabe onde está se metendo e outros incidentes provocados pela inépcia dos americanos e sua falta de percepção dos trópicos americanos.

Tanto nos pensamentos de Rondon como nos delírios de Roosevelt, estará a figura de Sebastião Terena e seu pensamento explosivo, provocador e de raiz indígena paradoxal e por isso mesmo fascinante.

Roosevelt melhora

Um constrangimento paira entre os oficiais. Roosevelt pergunta a todos o que disse enquanto sonhava e não confia mais nos brasileiros, uma vez que Rondon permitiu que se realizasse uma cerimônia indígena sem nenhum rigor científico sobre ele.

Acaba gelando brasileiros e recolhendo-se para junto de sua equipe.

Os brasileiros comem a parte.

Sebastião, porém está tranquilo come e conversa alegremente na mesa americana.

Olha para Roosevelt, sorri.

Oferece ao presidente um baú com o rapé que, em suas palavras, “salvou-lhe a vida”. Prova que – nome Deus – é maior que a Ciência...

Os oficiais riem.

Terena não suporta a humilhação.

Entra em transe...

Recita uma breve prece e num gesto rápido faz uma zarabatana com as duas mãos e sopra um dardo invisível em Roosevelt.

Os oficiais riem ainda mais.

Apenas Rondon permanece sério.

--- O Senhor deveria procurar um pajé Terena, senhor Coronel, pois eis que é vítima de uma maldição desse povo...

Roosevelt ri.

Rondon levanta-se da mesa e retira-se com passadas duras.

Os oficiais riem ainda mais.

Creem que a ciência curou Roosevelt Estão redondamente enganados.

Roosevelt doa sua anotação da prece e o carregamento de rapé para o museu de história Natural. No dia seguinte cai de cama, doente da Malária que lhe retirará a vida.

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