Letra por Letra–Quando Falta a Inspiração.


falta de inspiração
Deu branco. Sem inspiração. E agora?
Olha como fiquei quando as ideias não fluíram. Mas, passado o desespero, tudo bem. Não é o fim do mundo. Permita-me contar-lhes o que aconteceu comigo.

Antes de mais nada, o que é inspiração? Para mim,  uma intuição. Um tênue sopro no espírito indicando o brotar de uma ideia. Ou seu expirar, seu fim, sua morte mesmo.
Inspirar-se não é só na hora em que nasce uma ideia, mas também na hora de sua morte. As vezes ela simplesmente não da certo. E você precisa enterra-lá para não criar fantasmas em sua cachola. Fazer o necessário para seguir em frente com seu trabalho.  A morte da ideia te deixa nas mãos um problema. E você terá que o resolver para completar o ciclo da inspiração.

Passei dias desesperado, arrancando os cabelos, pensando como retomar minha historinha de terror. Joguei I-ching (muito legal, recomendo), tomei calmantes, tentei meditar. Mas não havia vazio de ideias em mim, muito pelo contrário estava cheio delas. Um escritor que enfrenta o  demônio do computador, a maldição do truco fantasma, a ilha dos macacos mutantes… Nenhuma relacionada com Jonas e o Boitatá, a história em que estou trabalhando. 

Tempestade Cerebral com direito a Tsunamis. Resultado: uma colossal crise de labirintite.

Então resolvi enterrar de vez a tal ideia. Desapegar, respirar fundo e seguir em frente.

Em primeiro lugar era preciso ser frio e racional. Ao assumir que tinha realmente um problema, forcei meu cérebro a se organizar. Juntei os fatores que deram certo e os que não deram certo no meu livrinho, analisei-os, considerei possibilidades, elaborei um plano de ação, implementei-o. 

Ficou uma bosta! Mandei-o a merda.

Mas ficou uma ideia… Uma inspiração que mudou todo o rumo da história. 

Escrever diálogos comigo mesmo. Fiz isto e percebi que meu problema era infantil. Então incorporei o problema na ideia: fiz o meu personagem problemático, um fantasma invejoso, ser uma criança. Esta aqui ó:


 É o monstro verde da inveja. Achei a imagem no Google Imagens, uma grande ferramenta de busca de ideias para quem funciona visualmente como eu. Também, para quem não conhece,  fica a dica do Devian Art e do Tumblr, entre outros.
Tendo o diálogo como fio condutor, agora só falta inerir a narrativa própriamente dita para acabar com este capítulo. Antes que ele acabe comigo….
Porque minha inspiração levou-me ao capítulo imediatamente anterior ao que estou falando. Onde eu e meu personagem, Jonas, pedimos para o Exu Tranca-Rua abrir nossos caminhos. Olha meu outline do que tem que acontecer:
  1. Jonas realiza funeral
  2. A égua acha uma trilha e caminha nela.
  3. Jonas segue a égua pela trilha.
  4. A trilha desemboca numa choupana.
  5. A choupana está a beira de uma encruzilhada aberta.
  6. Dentro da choupana encontra EXU
  7. Jonas oferece espontaneamente refeição para EXU
  8. EXU libera os caminhos de Jonas - concilia cristianismo com candomblé -
  9. EXU dá instruções para encontrar inveja e despacha Jonas.
Mas isto é outra história…
PS: O importante não é a história ser bem escrita, mas ser escrita!
PS2: Gostou, dá um curtir no Facebook! Não gostou, sente o fumo no Curupira. O espaço é teu. Fique a vontade.



 


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